Um grito pela educação: recondução de diretorias e fechamento de turmas
Os últimos meses de 2024 foram exaustivos e de inúmeros embates. Após o período das eleições do município, houve o início do processo eleitoral de diretoras(es) das escolas municipais. Levando essa última situação em conta, precisamos destacar a forma que a Secretaria Municipal de Educação (SME) conduziu esse processo nas escolas que não tiveram candidatas(os) inscritas(os) para concorrer ao pleito. Esses casos ocorreram em sete escolas da rede, tendo desfechos diferentes em cada uma delas: sem transparência ou critérios claros.
A Secretaria de Educação (SME) divulgou um documento orientador que tinha o objetivo de responder questionamentos sobre quem poderia se candidatar, assim como o que seria permitido no período eleitoral. Ao responder à pergunta sobre a recondução de diretores(as) que não poderiam realizar a sua candidatura, o documento deixava claro que essa possibilidade seria avaliada pela Comissão Recursal, levando em consideração o parecer do corpo docente e de funcionários da escola, assim como da Associação de Pais e Professores (APP).
No entanto, o que realmente aconteceu foi a recondução dos gestores em algumas dessas escolas, já em outras os mais diversos critérios foram apontados para a escolha do(a) diretor(a), de forma ambígua e incoerente. O que mais surpreende é o fato de o documento elaborado pela própria mantenedora não ter sido seguido, pois a avaliação da APP, do grupo de professores e de funcionários não foi considerada, assim como o processo que solicitava a recondução não passou pela Comissão Recursal.
Além dessa situação controversa que, pelo modo como foi coordenada, fere os princípios da administração pública, ainda tivemos os casos da retirada do recesso das equipes diretivas e o fechamento de turmas na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Coronel Lolico. Apesar do CMP Sindicato ter apontado sugestões para manter a contratação das funcionárias terceirizadas até o final do ano, não foi possível reverter a posição da Secretaria. As equipes gestoras foram punidas com a retirada do recesso, algo nunca visto antes em nossa rede municipal.
Também na véspera do encerramento do ano letivo, os professores e as famílias que integram a EMEF Coronel Lolico foram informados sobre o fechamento das turmas de oitavo e nono ano, e, futuramente, de sexto e sétimo ano. A comunidade escolar não entendeu o porquê do fechamento após toda a luta do grupo para conseguir a ampliação do educandário, o que revoltou familiares, professores e funcionários. Nesse caso, a situação só foi revertida devido à pressão da comunidade, que conseguiu visibilidade para o problema em conjunto com alguns vereadores que deram publicidade a essa demanda. Quando os fatos se tornam públicos, com comoção e movimento da comunidade, o fator político fala mais alto.
Foi um final de ano difícil, desafiador, de embates diários, mas lutamos a boa luta, defendendo os direitos dos(as) professores(as) em todas as instâncias. Lembramos que o conceito de cidade educadora pressupõe uma gestão democrática, não autoritária, mas que dialoga e ouve os diversos atores, recepcionando o contraditório. Não esperamos nada diferente disso de uma gestão que, com frequência, exalta a qualificação do trabalho de quem faz a educação acontecer!