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Nota de repúdio

No dia 17 de março, quando entramos em quarentena, não esperávamos que o trabalho remoto seguiria por mais de um ano. A nossa categoria – não apenas professores do município, mas todo o magistério brasileiro – tem sofrido muitos ataques em relação ao home office, tendo sua competência frequentemente questionada e deslegitimada.

De uma hora para outra, professores tiveram de reaprender as formas de passar conhecimento e se readaptar a um contexto totalmente novo. Colegas que nunca tiveram suporte adequado foram obrigados a criar uma sala de aula dentro de casa, com seus próprios recursos, muitas vezes, utilizando de seus equipamentos pessoais – como computadores, celulares, e até mesmo transformando a parede da cozinha em quadro branco – para realizar suas tarefas.

Muitos tem afirmado que professores e professoras não têm executado seu trabalho durante a pandemia, o que é uma inverdade. O home office trouxe consigo jornadas de trabalho ainda mais longas do que as presenciais, ocupando três turnos e ainda usufruindo das horas de descanso dos finais de semana. O esforço tem sido interminável.

Lembramos também que o Brasil sempre sofreu com a ausência de políticas públicas voltadas para a Educação Básica, um descaso que foi evidenciado durante a pandemia. A situação difícil que vivemos hoje no âmbito educacional, é apenas o resultado da falta de suporte e investimento que ocorre há anos. Se atualmente ainda temos educação no país, ela se deve ao exaustivo empenho de professoras, professores, gestoras e gestores brasileiros.

Repudiamos todo o ataque feito por alguns setores da sociedade que desqualifica o trabalho desses profissionais. Não iremos tolerar críticas infundadas e agressões em relação ao trabalho dos educadores, e toda vez que esses comentários ultrapassarem os limites da lei, providências serão tomadas.

Ressaltamos também que a tão falada valorização do magistério nacional precisa sair do discurso e passar a se inserir na prática social. Se antes o reconhecimento do trabalho educacional já era importante, neste momento ele se torna ainda mais necessário.

Por último, agradecemos aos profissionais da educação por toda sua perseverança e dedicação para ensinar. Mesmo nesse momento de incertezas e dificuldades, eles não mediram esforços e seguem lutando para que seus estudantes tenham um aprendizado de qualidade.

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