15M: Trabalhadores e estudantes contra a reforma da Previdência e contra os cortes na educação
Nesta quarta-feira, 15 de maio, manifestações em todo o país marcaram a Greve Nacional da Educação. Considerado como um “esquenta” para a Greve Geral do dia 14 de junho o dia contou com atos e movimentações populares em todos os estados. Em Passo Fundo professores municipais, estaduais e particulares, estudantes do ensino fundamental, secundaristas e do ensino superior e trabalhadores das mais variadas categorias construíram um dia inteiro de atividades. Institutos federais também se fizeram presentes.
No turno da manhã os manifestantes, que fizeram falas contra a reforma da Previdência e contra os cortes na educação, se concentraram na Praça do Teixeirinha, onde fizeram falas destacando os ataques do governo à classe trabalhadora. Em seguida seguiram em caminhada até a esquina democrática, local que recebeu a pintura de uma bandeira do Brasil um pouco diferente: nela havia escrito “educação pública e igualdade” e “contra a reforma da Previdência”.
De acordo com o dirigente do Sindicato dos Professores Municipais de Passo Fundo, Eduardo Albuquerque, o movimento vitorioso e teve êxito, já que os trabalhadores puderam mostrar ao restante da população o quanto estes cortes e a reforma são prejudiciais em especial para os mais pobres. “Se organizar contra a reforma da Previdência é uma forma de denunciar estes projetos que atentam, principalmente, contra o magistério e as mulheres, que são a maioria do magistério,” destaca o professor.
No turno da tarde o ato aconteceu no Paço Municipal. Em um primeiro momento a professora Regina Costa dos Santos, dirigente do CMP Sindicato, fez o uso da palavra na Tribuna Popular solicitada pelo vereador Alex Necker (PCdoB). A docente explicitou o conteúdo da Carta Aberta aos vereadores e à população contra a reforma previdenciária e contra os cortes na educação, assinada por mais de 20 organizações.
“A PEC 06/2019 apresentada como solução para o Brasil, na verdade penaliza as classes menos favorecidas, e ao contrário do que vem sendo dito pelo governo, exige sacrifícios dos mais pobres e beneficia os grandes bancos e as grandes empresas sonegadoras da previdência. A reforma atinge todo o magistério, reduzindo os ganhos na aposentadoria, aumentado o tempo de contribuição, principalmente das mulheres, que são a maioria do magistério. Ela também altera o benefício de prestação continuada pago as camadas mais carentes. Pela proposta do governo, idosos com renda familiar mensal de até R$ 238,00 terão de aguardar até os 70 anos para receber integralmente o Benefício de Prestação Continuada de um salário mínimo,” foi um dos trechos escolhidos pela educadora.
Regina ainda conclamou a comunidade e os vereadores a apoiarem os movimentos e sobre a possibilidade de um professor estar em sala de aula aos 70 anos, disse ser “difícil de imaginar, impossível de aceitar. A proposta do governo nos condena a morrer em sala de aula. Pedimos que o governo tenha respeito com essa categoria para que tenhamos, no final da nossa profissão, um pouco de dignidade. Que os vereadores venham a se somar nessa luta pela educação de qualidade e pela nossa aposentadoria.”
Após a fala da sindicalista os presentes acompanharam o Grande Expediente do vereador Pedro Danelli e as falas de alguns vereadores que se posicionaram, num geral, contrários a proposta apresentada pelo governo federal. Em seguida os manifestantes se dirigiram ao Paço Municipal, aonde fizeram falas repudiando os ataques tanto contra a educação, como contra os trabalhadores num geral. Os presentes ainda reforçaram o convite para a comunidade integrar a Greve Geral do dia 14 de junho. Os movimentos organizadores estimam que entre os dois turnos a atividade contou com cerca de 1500 participantes.