Escola como espaço democrático

Vivências Docentes debate temas atuais e relevantes

Se encaminhando para o término de mais um semestre de atividades a formação continuada Vivências Docentes retomou, em seu quarto encontro, o capítulo 5 do livro “em defesa da Escola: uma questão pública, ” de Jan Masschelein e Maarten Simons. Baseadas no texto as participantes debateram sobre a o sentido que os autores defendem a escola como questão pública, quais as relações entre formação docente e o cotidiano em sala de aula, além do papel da escola no processo de formação e construção de sociedade.

Conforme a professora Sindi Bones Böttker, uma das facilitadoras e idealizadoras do projeto, é sempre importante discutir o papel da escola como espaço democrático do conhecimento. Ressalta que segundo os autores Masschelein e Simons a escola baseia-se na hipótese de igualdade e permite sua renovação através da formação de interesse e de curiosidade; onde o mundo não é somente transmitido, mas também libertado.

“Em tempos de ataques à educação pública, é significativo entender o contexto e os motivos os quais levam ao descaso e ao sucateamento da escola pública. A escola é um bem comum, digna de defesa como um passaporte de desconstrução das desigualdades sociais e formação humana e não aos interesses do mercado, a mesa da escola não é mesa de negociação. Debater estes e outros assuntos que os autores trazem com muita propriedade com um grupo de professores é gratificante, fortalece e motiva a classe, ” destaca Sindi.

Também idealizadora e facilitadora do projeto a professora Ana Lucia Kapczynski destaca que no encontro anterior o estudo girou em torno de reflexões acerca da democratização das informações pelas tecnologias digitais e a necessidade de repensar a educação escolar diante dessa conjuntura que modificou a visão do ser criança e adolescente, o comportamento estudantil, a concepção de saberes escolares, o papel de autoridade na família e na escola e como essas mudanças interferem no cotidiano da docência.

“De acordo com os autores, ainda que haja necessidade de readequar a educação às transformações sociais, a escola continua a cumprir sua função social de guardiã do conhecimento como patrimônio da humanidade, um bem público a ser democratizado por meio da transmissão desses saberes como uma espécie de herança cultural. Percebe-se a disputa de interesses ideológicos e econômicos em desescolarizar a escola e adequá-la aos moldes mercantilistas, recaindo em prejuízos ao trabalho docente em termos de desqualificar a formação, os planos de carreira e o reconhecimento social, o que exige repensar o papel da escola e da docência, ” aponta Ana. A formação ainda conta com mais dois encontros a serem realizados ainda no primeiro semestre de 2019.

 

Vivências Docentes

Idealizado pelas professoras Sindi Bones Bötker e Ana Lúcia Kapczinski e realizado pelo Sindicato dos Professores Municipais de Passo Fundo (CMP Sindicato), o curso Vivências Docentes fundamenta-se em torno das reflexões sobre a formação humana dos sujeitos da Educação Básica, com ênfase na constituição do “eu-docente” diante dos desafios que a escola pública apresenta. Parte da leitura do contexto amplo da sociedade que incidem nos modos de educar nos dias de hoje, discute sobre o cotidiano da sala de aula (no segundo momento) e finaliza com um olhar introspectivo acerca dos modos com os quais nos constituímos enquanto profissionais da educação.

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